Sobrevivente

Tem coisa que mesmo não sendo água, comida e ar, a gente também precisa pra sobreviver.
As vezes não é nem uma questão de seguir os sonhos, é muito menos romântico e pé no chão. Tem coisa que se a gente não faz, a gente morre. A única maneira e variável onde viver se torna algo suportável, e de repente, belo, leve...
Tá vendo? Porque o mundo é caos. Nós somos caos, incompletos, sem propósito.
Tem coisa que faz as pecas se encaixarem, e de repente todo o resto faz algum sentido.
Sabe aquele papo de "nem só de pão viverá o home?" Então, é disso que eu tô falando.
Tá cheio de gente morta andando por aí. Apresentando o jornal, estampando capa de revista, ganhando um Golden globe, sendo promovido, terminando o doutorado. Gente bonita e, interessante, que a gente segue no Instagram, que a gente gosta de stalkear e ver o que tá fazendo, em que hotel está hospedado, com quem esta namorando...
Mas não é tão distante. Tem gente morta comendo na nossa mesa, dividindo nota na faculdade, batendo o dedo na mesma máquina de ponto. E não é gente morta no sentido romântico cristão do "morrer pra si, morrer pra que outros possam viver". Tô falando de gente sem vida, sem propósito, sem saber pra onde quer ir.
Sim, tem muita gente morta fazendo arte também. Arte boa, que ajuda outros a sobreviverem, mas os próprios autores já estão mortos há tempos.
Tem gente fazendo arte por pura vaidade. Porque quer ser uma daquelas pessoas que a gente segue no Instagram e tenta copiar de alguma forma. Sim, aquela galera morta. Tem gente que a chá bonito ser gente morta. Nao tô dizendo que todo mundo que tem esse "sucesso social" tem um q de cadáver, mas gostar, buscar e se alimentar disso é outra história.
E a gente tá aí. Entre altos e baixos, tentando hora viver, hora sobreviver.
O  que eu quero que vocês entendam é que a gente não faz isso só porque é nosso sonho, mas é porque talvez seja a única forma viável de existir. E a gente também paga caro por isso. Em alguns momentos é lindo, mas como tudo, isso sempre se esvazia, e a gente volta a enxergar as coisas como elas são. Caos.
Talvez seja por isso que tantos de nós morrem no meio do caminho.
Na verdade não tenho grandes intenções ao escrever isso, mas tava engasgado e eu precisava falar, mesmo que pra mim mesma.
Só parem de ter essa ideia romântica. Do lado de cá não tem romance nem glamour, apenas, como uma vez ouvi do Thiago Arrais, "a nossa dor e o nosso sofrimento em forma de música". Isso é tudo o que temos pra dar.

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