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Mostrando postagens de setembro, 2017

Tua

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Mais uma vez você se apodera de mim. A começar por um simples toque, uma troca de olhares demorada. Fecho os olhos, me deixo ir, e quando menos espero você está dentro de mim, e eu sinto seu corpo me envolver de maneira avassaladora. De repente o universo deixa de existir, mais uma vez, eu vejo você e deixo você me ver, nua de corpo e alma, pronta pra desmanchar meu ego na plenitude do seu abraço, o qual eu chamo de lar. Tua, como nunca deixei de ser. Mas - sempre tem um "porém"-, num piscar de olhos, você não está mais aqui, e é como se todo o melhor de mim que tenho lutado tanto para (re)construir - a duras, muito duras penas - tivesse grudado nas suas pernas, ou te seguido onde quem que você tenha ido. Mais uma vez você me deixa com a sua falta. Essa falta imensa que me inquieta e me aprisiona. Que me distancia de mim. Me cega para o universo além da sua -quase divina- presença. Que faz o gosto dos seus beijos se tornarem amargos na minha memória. E deixam de ser

Face a face

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De repente o seu rosto vai ganhando um novo significado. Um significado cada vez mais turvo e menos relevante. Tendo cada vez menos poder sobre meus sentimentos e humores. Fazendo cada vez menos parte dos meus desejos, objetivos e pensamentos. Cada vez menos parte de mim, de quem eu sou, mesmo que meu "true self" ainda não esteja tão nítido. Parece uma memória distante e pouco clara. Uma das centenas de histórias que ouvi na infância. Eu olho pra você e, lembro de quando nos conhecemos, e como somos e estamos agora, mas é só. Ao me esforçar para lembrar de como chegamos aqui, no lugar da sua imagem, antes imaculada, eu vejo cada vez mais a minha... antes borrada, fraca e refém de tudo o que você representava, muitas vezes apenas um adereço frente à sua presença quase divida. Hoje meu rosto fica cada vez mais claro e cintilante, ao passo que o seu desaparece. E eu que só comecei a gostar de mim por quem você era ( porque se você gostava de mim, achava que eu também poderi

Bom dia

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Dentro de mim mora uma tempestade. Eu não sei se você entende, ou se sente que quer ou pode conviver com isso. Tudo bem, na maioria das vezes eu também não entendo e também sinto que não. Ta tudo bem, é sério. Não precisa se assustar, não é sobre você, é sobre o que você despertou em mim, e por isso, você tem minha gratidão e afeição. Fica calmo, você não precisa me dar nada, não previsa fazer nada. Só me deixa te fazer alvo das minhas idealizações, das diversas histórias e fantasias que povoam a minha mente. Nada disso precisa acontecer e, de verdade, talvez eu também não queira. É só o prazer de reconhecer esse "eu" esquecido. Era assim que eu lembrava de mim. Platônica, sonhadora. É assim que eu me fortaleço. Não, isso não cala a tempestade. Só faz eu sentir que, de repente, não ter controle pode ser algo bom. A propósito, bom dia. Dormiu bem?