Face a face

De repente o seu rosto vai ganhando um novo significado. Um significado cada vez mais turvo e menos relevante. Tendo cada vez menos poder sobre meus sentimentos e humores. Fazendo cada vez menos parte dos meus desejos, objetivos e pensamentos. Cada vez menos parte de mim, de quem eu sou, mesmo que meu "true self" ainda não esteja tão nítido.
Parece uma memória distante e pouco clara. Uma das centenas de histórias que ouvi na infância.
Eu olho pra você e, lembro de quando nos conhecemos, e como somos e estamos agora, mas é só.
Ao me esforçar para lembrar de como chegamos aqui, no lugar da sua imagem, antes imaculada, eu vejo cada vez mais a minha... antes borrada, fraca e refém de tudo o que você representava, muitas vezes apenas um adereço frente à sua presença quase divida.
Hoje meu rosto fica cada vez mais claro e cintilante, ao passo que o seu desaparece.
E eu que só comecei a gostar de mim por quem você era (porque se você gostava de mim, achava que eu também poderia me dar esse luxo), hoje aprendo a me gostar por quem eu sou, e eu sou muito mais do que seu ego jamais poderia enxergar.


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