Toda Rima

Que botão eu aperto pra ir embora? Pra te deixar ir embora. Pra seguir em frente como se não fosse nada, assim como você fez? Pra não sentir tanto? Como eu faço pra isso passar? Eu não sei ir embora, meu bem. Me diz como você fez.

Que a gente seja guiado no caminho da luz, que nossos pés corram para lá, e que nosso coração suporte se enxergar, que sejamos constantemente cheios de clareza, discernimento, coragem e afeto, e que a gente tenha o peito um do outro pra se lembrar que amar vale a pena. Com calma e sem medo.

Olha eu aqui de novo escrevendo sobre você... Percebi que preciso disso, falar da falta que você faz como se as palavras fossem a reciprocidade que eu preciso. Me acalma pensar que um dia, talvez, você leia e se sinta profundamente tocado. Eu tenho esse narcisismo tolo de achar que preciso fazer alguém querer melhorar. Tive algumas experiências com pessoas que na teoria se encaixam tão melhor na minha vida. Algumas delas tinham TUDO o que eu sentia falta em você. Irônico. Porque nenhuma delas tem o que você tem e, meu amor, o que você tem é muito melhor. Mas é assim a vida. A gente cresce, se entende e existe nos contrastes, e as vezes, só nele percebe o que era impossível ver antes. Você diz que achou alguém que te satisfaz, que está feliz e que prefere que as coisas permaneçam assim. Eu não acredito em você, ma que importância tem o que eu penso? Sigo pensando nos versos e melodias mais bonitos que consigo elaborar, pra preencher o vazio que ficou sem você, meu amor. Eu espero que a ...

Meu bem, Sempre tive dificuldade de escrever sobre você, porque não sentia necessidade de desabafar sobre nada. Você era constante e leve, pelo menos desde que decidiu estar comigo, e eu só sentia que estava tudo bem, não havia nada transbordando. Eu estava... Feliz. Estava contigo e isso bastava. Por algum motivo a gente se perdeu, houve um descompasso e um abismo que não parou de crescer. Quanto mais a gente tenta se puxar de volta, mais ele cresce, mais a gente sofre. Eu só queria que as coisas voltassem a ser como eram, mas parece que nada se encaixa e nada colabora. Eu nunca quis te deixar ir, mas o que fazer quando ficar já custa tanto? Parece ter tenta coisa oculta, como se tivéssemos nos desfeito pelo não dito. Nos recolhemos. E agora, não há nada que possa ser feito, a não ser, deixar ir. Eu te amo, mas amar já não basta. Até breve, meu amor.

Meu bem, Que tola eu fui. Que estrago a insegurança faz. Quanta insensatez cabe numa pessoa? Vi sua cegueira, mas não percebi a minha. Achei que já sabia de tudo, e por isso estava no controle. Que grande bobagem, que grande ilusão. Acusei-te de não se entregar quando eu mesma não estava entregue. Me enfureci com sua negligência, quando estava tomada pelo medo. Nunca te permiti ser, e chorei quando não me permitias. Que tola eu fui, meu amor. Hoje, ao tirar o véu dos meus olhos, faço uma oração ao vento: Que o tempo nos permita um novo encontro, onde teremos clareza, discernimento, coragem e afeto, pra sermos tudo o que podemos ser. Amém.

Eu sempre soube que não era você. Não que eu acredite que existe "a pessoa", mas sabia desde o começo que você não poderia me dar o suporte que eu precisava. De qualquer forma, isso não fazia o que tínhamos menos especial, menos grandioso ou suficiente dentro de seus próprios termos. Ainda valia a pena. Eu amava seu jeito de me olhar, de dançar comigo, nossas brincadeiras e todo o universo lúdico que construímos. Eu sempre soube que não era pra sempre, mas me permiti te amar e me entregar como pude. Eu sempre soube que você provavelmente não conseguiria se entregar da mesma forma, e que eu ainda tenho muita dificuldade em entender e respeitar outros ritmos, e esse seria nosso mal e o início do fim, que já estava lá desde o começo. Mas eu quis, eu procurei, tentei, me lancei nessa batalha perdida apenas pra saber como sairíamos do outro lado. Porque eu te amava. Eu sempre soube que te amava. E agora, eu já não sei.